2 Coríntios 12:1-10
Mensagem: A Graça Divina deve permear toda a vida cristã e ser vista como a sustentação e a garantia do nosso passado (justificação), presente (santificação) e futuro (glorificação).
Esboço
Introdução
A. Recordando
16ª. Mensagem (I & II), Vigie a sua mente, 2 Coríntios 11:1-33; 12:11-18
Mensagem: O discípulo de Jesus Cristo, sob a liderança do Espírito Santo, deve ter uma mente instruída e sujeita à sã doutrina para avaliar e questionar ensinos e práticas, e para refutar todas as seduções e enganos que procuram separá-lo da simplicidade e pureza em Cristo.
B. Vivendo na graça.
Na mensagem passada, focamos que o verdadeiro discípulo de Cristo tem as seguintes marcas: A. As credências de Cristo, 2 Coríntios 12:12; B. A verdade de Cristo, 2 Coríntios 11:7-10, 22,23; C. O zelo pela Igreja de Cristo, 2 Coríntios 11:2,11, 28, 29; 12:15; D. Proclama o Evangelho de Cristo, 11:4,7; E. A busca pela a glória de Deus – foco em Cristo, 2 Coríntios 11:30,31
No entanto, para viver com tais marcas — do cristianismo autêntico, da verdadeira espiritualidade, do viver como discípulos de Cristo, para seu testemunho e glória — é imprescindível estar sob a graça divina.
Efésios 2:8-10; 2 Timóteo 1:8,9 – a salvação é pela graça; não por obras, nem por méritos humanos.
2 Timóteo 2:1, Timóteo é exortado a fortificar-se na graça que está em Cristo Jesus.
2 Tm. 1.9,10 – graça presente na salvação e no serviço cristão.
2 Coríntios 15:10 – O apóstolo Paulo reconheceu que era o que era e que seu grande trabalho se devia não a si mesmo, mas à graça de Deus em sua vida.
1 Pedro 1:13 – “Esperai inteiramente na graça” – contexto em que há exortação à santidade, o imperativo e o desafio de “Sede santos, como Deus é Santo”.
Em meio a uma “batalha espiritual” o apóstolo Paulo ouviu de Deus:
“Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo”, 2 Coríntios 12:9
Vidas salvas em Cristo, que perseveram no Espírito e que refletem o caráter divino são exclusivamente resultado da graça divina.
“Graça” (χαρις, charis), significa – amor, favor imerecido, dom e benefício; da bondade misericordiosa pela qual Deus, exercendo sua santa influência sobre as almas, volta-as para Cristo, guardando, fortalecendo, fazendo com que cresçam na fé cristã, conhecimento, afeição, e desperta-as ao exercício das virtudes cristãs (TDNT – RA Strong,s)
Deus salva o pecador por Seu amor e misericórdia. Ele vai ao encontro da necessidade do pecador arrependido e com fé em Cristo, e concede-lhe: o perdão dos pecados, a adoção de filho, o dom do Espírito Santo e a nova vida, com a esperança preservada nos céus.
A Graça Divina deve permear toda a vida cristã e ser vista como a sustentação e a garantia do nosso passado (justificação), presente (santificação) e futuro (glorificação).
Duas realidades que devemos reconhecer e que são essenciais para viver em plena dependência da graça divina.
I. A incapacidade humana diante do projeto divino,
“Tal homem” v. 2; “fraquezas”, vv. 5,9,10; “para que não me ensoberbecesse … foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte”, v. 7; “injúrias, necessidades, perseguições, angústias, fraco”, v. 10
O que nos revelam as expressões usadas pelo apóstolo Paulo, a respeito de si mesmo?
Agora, se já és discípulo de Cristo, o que tais expressões podem revelar sobre ti? Tens alguma identificação com o apóstolo Paulo?
Por nós mesmos não temos capacidade, habilidade, nem somos idôneos para viver a vida cristã com as marcas do cristianismo autêntico, da verdadeira espiritualidade – o viver como discípulos de Cristo, para seu testemunho e glória.
Como já vimos em mensagem anterior nós somos “vasos de barro”, 2 Coríntios 4:7
2 Coríntios 12:5 De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas. 9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. 10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.
Fraquezas, (ασθενεια astheneia) debilidades, limitações humanas, falta de força e potência para …
Nas Escrituras podemos ver que…
Em Romanos 7:24,25, Paulo expressa consciência da sua fragilidade na luta contra a natureza pecaminosa e de que a vitória é encontrada somente em Cristo..
Em Êxodo 3:11,12, Moisés expressa insegurança diante do chamado e da tarefa recebida por Deus para conduzir o povo de Israel no processo de libertação da escravidão do Egito rumo à Terra Prometida. Ele foi fortalecido pela presença e ação divinas.
Em Jeremias 1:5-8, o profeta expressa insegurança diante da missão que lhe foi confiada por Deus. Diante da declaração: “Eu sou menino”, Deus lhe respondeu: “Irás, não temas, Eu sou contigo”.
Nas Escrituras, também, aprendemos que a Lei divina revela o caráter santo e as exigências éticas de Deus, bem como a incapacidade humana de viver segundo o projeto divino (Gálatas 3:10; Romanos 3:12)..
A Lei de Deus não foi revogada — as leis e exigências morais continuam válidas em Cristo (Mateus 5.17-20).
Como já estudamos anteriormente, o projeto divino é sermos o “bom perfume de Cristo” (2 Coríntios 2:14-16; 3:5; João 15:8; Gálatas 5:22s; Mateus 5:14-16; Atos 1:8; Mateus 28:18-20).
No entanto, o pecado nos torna incapazes para tal projeto. Pois, além da nossa humanidade e natureza pecaminosa, vivemos num mundo mau e temos Satanás como adversário, com seus “planos concatenados” (2 Coríntios 2:11)
2 Coríntios 5:7 – E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.
Não podemos afirmar com certeza o que era “um espinho na carne” de Paulo. Mas, ele revela que sob a soberana vontade de Deus, o propósito era de que ele não se exaltasse por causa da espetacular experiência espiritual que ele teve, narradas nos vv. 1 a 4.
Paulo com sabedoria e prudência afirma: “5 De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas. 6 Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve.”, 2 Coríntios 12
“As visões e revelações do Senhor”, as experiências e as realizações espirituais bem-sucedidas são, por vezes, portas abertas para o orgulho e a soberba, o que revela a nossa fraqueza espiritual.
Nossa fraqueza deve nos levar a depender de Deus, pois o Seu poder, Sua graça toda-suficiente, nos capacita. 12.10
II. O poder de Deus nos capacita
2 Coríntios 12.9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. 10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.
Deus pelo seu poder nos capacita a viver segundo a Sua vontade. (Cf. 2 Coríntios 4:7; 2:3,4; Romanos 7:25; Êxodo 3:11,12; Jeremias 1:5-8; 1 Pedro 4:14).
O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza – aperfeiçoando!
12.9 “Repouse” (επισκηνοω, episkenoo) – habite, more; o poder de Cristo apropriando-se de alguém, agindo nele e dando-lhe ajuda (RA Strong,s)
Pode ser referência a glória de Deus habitando na tenda ou tabernáculo.
1 Pedro 4:14 “… sobre vós repouse o Espírito da glória, o Espírito de Deus”.
Isto é “graça”, a glória, a presença de Deus em nós, nos capacitando para a vida cristã.
Relembrando – da bondade misericordiosa pela qual Deus, exercendo sua santa influência sobre as almas, volta-as para Cristo, guardando, fortalecendo, fazendo com que cresçam na fé cristã, conhecimento, afeição, e desperta-as ao exercício das virtudes cristãs (TDNT – RA Strong,s)
Cuidado! Livros de autoajuda, cristais, gnomos, duendes, etc., são negações da graça divina e afirmações do ser humano e de suas superstições.
Paulo preocupado e atormentado pelo “espinho na carne”, ele buscou ao Senhor.
12.8 Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
E, o Senhor respondeu: “Não”!
12.9a Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza…
“Não” também é resposta de Deus às nossas orações. No Seu “não”, Ele nos concede o que é bom e perfeito segundo o Seu amor, bondade, soberana vontade e sabedoria.
O verdadeiro discípulo de Cristo deve ter a plena convicção de que somente Deus é o Deus vivo e verdadeiro, o Deus de toda graça.
Somente Ele (2 Coríntios 12):
* Habita o “terceiro céu”, 12:2.
* Dá-se a conhecer (visões e revelações — hoje em Cristo e pelas Escrituras, sob o ministério do Espírito Santo), 12:1.
* Conhece todas as coisas (Paulo não sabia… Mas, Deus sabia e sabe), 12:3.
* Cria e revela coisas indescritíveis, 12:4.
* Responde às orações e age soberanamente, 12:7-9.
* Capacita e aperfeiçoa-nos, 12:9.
- É suficiente para nos sustentar vitoriosamente em toda e qualquer situação, 12:10.
- Transforma tribulações e fraquezas humanas em oportunidade contentamento Nele, e glória ao Seu Nome, 12:10.
Deus, assim como a Sua palavra, é uma fonte permanente de segurança e consolo (encorajamento).
Como vimos o pecado nos torna incapazes para o projeto divino…
Mas em Cristo, como “novas criaturas” (2 Coríntios 5:17), nos tornamos competentes, hábeis e idôneos para vivermos segundo o propósito divino: temos a presença e o poder da Pessoa do Espírito Santo!
Isto é “graça” — o amor de Deus entrando em contato com a nossa condição e nos transformando para:
– Vivermos com as marcas — do cristianismo autêntico, da verdadeira espiritualidade, do viver como discípulos de Cristo, para Seu testemunho e glória.
– Vivermos vitoriosamente, com contentamento — mesmo em meio às lutas, aflições, tribulações e fraquezas (2 Coríntios 12:9,10; Filipenses 4:10-12).
As fraquezas conservam a humildade dentro de uma perspectiva correta, para que vivamos confiando em Deus e em Sua graça.
Conclusão / Desafio final
Salmo 63
Davi estava na pior situação, fugindo de Absalão, seu filho (2 Samuel 15:23).
Ele deseja uma profunda comunhão com Deus: “Tu és o meu Deus” — há aqui relação com a aliança.
Ele está inquieto e insatisfeito sem Deus!
No versículo 3, ele afirma que a Sua “graça” é melhor do que a vida. Ou seja, a vida sem a graça de Deus não vale a pena.
Davi tem em Deus a sua fonte de segurança, alegria e esperança (vv. 3, 7, 11).
A graça de Deus, assim como vemos na experiência de Paulo e Davi, é toda-suficiente para que o cristão viva para o inteiro agrado de Deus e com contentamento, independentemente das circunstâncias.
Como diz a letra de um cântico cristão: Se o fardo é pesado, Deus dá maior graça; maior o labor, maior o poder; mais duras as provas, maior o consolo; mais quentes as chamas, mais perto o Senhor..
Mantenhamo-nos com estas duas realidades na mente, as quais devemos reconhecer por serem essenciais para viver em plena dependência da graça divina.
I. A incapacidade humana diante do projeto divino,
II. O poder de Deus nos capacita
A Graça Divina deve permear toda a vida cristã e ser vista como a sustentação e a garantia do nosso passado (justificação), presente (santificação) e futuro (glorificação).
Lembre-se:
A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de modo perseverante, e confiante aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp 2:12,13; 1 Tm 4:7-9; Tg 1:22-27).
Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?
Conheça… Creia. Aproprie-se… E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10:10).
Bibliografia
Bíblias
- Almeida Revista e Atualizada. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
- Bíblia de Estudo da Fé Reformada. Editada por R.C. Sproul. São Paulo: Editora Fiel e Ligonier Ministries, 2022.
- Bíblia de Estudo MacArthur. Editada por John MacArthur Jr. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
Comentários e Léxicos
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- Constable, Thomas L. Notes on 2 Corinthians. Edição de 2007.
- Jamieson, Robert; Fausset, A. R.; Brown, David. Comentário Exegético y Explicativo de La Bíblia – Tomo II Novo Testamento. Casa Bautista de Publicaciones, 1977.
- Kruse, Colin G. 2 Corinthians: An Introduction and Commentary. Vol. 8, Tyndale New Testament Commentaries. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1987.
- Lowery, D. K. “2 Coríntios”. Em The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Editado por J. F. Walvoord & R. B. Zuck. Vol. 2. Wheaton, IL: Victor Books, 1985.
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- Gingrich, F. Wilbur; Danker, Frederick W. Léxico do Novo Testamento – Grego / Português. São Paulo: Vida Nova, 1984.
- The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Vol. 2. Wheaton, IL: Victor Books.
- Wiersbe, Warren W. Comentário Expositivo: Novo Testamento: volume II. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2006.
Obras Teológicas e Estudos
- Packer, J. I. O Conhecimento de Deus. São Paulo: Ed. Mundo Cristão, 1984.
- Pinto, Carlos O. C. Foco & Desenvolvimento no Novo Testamento. 2ª ed. revisada e atualizada. Hagnos.
- Swindoll, Charles R. A Ministry Anyone Could — TRUST. A Study of 2 Corinthians 1-7. Insight for Living Bible Study Guide, 1987.
- The Treasury of Scripture Knowledge. Bagster, 1974.
Ferramentas Digitais
- E-Sword x
- Logos Bible Software
- Olive Tree – Bible Study – RA Strong,s
Informações Adicionais
- Nota: Esta série de estudos foi desenvolvida a partir de mensagens pregadas em RAO, São Paulo, Brasil, nos anos de 2006, 2007 e 2021. Algumas notas e referências bibliográficas foram perdidas ao longo do tempo.
Mensagens Bíblicas
Satisfação e vitória em Cristo
Série em 2 Coríntios
#17, Mensagem
Domingos Mendes Alves
@paraoalvo
18.11.2025
Last modified: November 18, 2025
