Satisfação e vitória em Cristo – Série em 2 Coríntios
#9, Mensagem
Tudo provém de Deus – 2 Corintios 5.11- 6.3
Mensagem: O conhecimento, a compreensão e a convicção de que as bençãos espirituais são provisões exclusivas do amor de Deus, impulsiona o cristão ao viver “em” e ao servir “a” Cristo, de modo fiel e agradável ao seu Nome.
Esboço:
Introdução
1. Recordando
#8, Contrastes, 2 Coríntios 4.16-5.10
Mensagem: Vivendo em meio aos contrastes entre o “temporal” e o “eterno”, Deus nos desafia e encoraja ao andar por fé, com temor e a confiança da glória eterna em Cristo.
Mas na história da igreja cristã há relatos de chamados cristãos que obcecados pelo “temporal”, pelo “finito”, pelo que “se vê”, …, e que em meio aos conflitos, lutas e tribulações do “mundo sem Deus”, esfriaram no seu amor por Jesus, não perseveraram no evangelho de Cristo! Em 1 Coríntios 15.1-4, a palavra de Deus afirma que “creram em vão”.
Se tu és cristão, discípulo de Cristo como está o teu amor por Jesus, o teu entusiasmo, ânimo no “andar por fé”?
2. Discípulos desmotivados
A.Impulsos conflitantes …
Em direção ao viver mundano versus o viver que agrada a Deus;
Em direção a um cristianismo medíocre versus a busca da excelência no Espírito;
Em direção a uma vida centralizada em si mesmo versus o viver centralizado em Cristo.
Por vezes conhecemos o que Deus quer de nós, mas não temos o entusiasmo, o ânimo para o viver e o servir segundo a Sua vontade.
B. Fontes erradas…
Por vezes o grande problema é que procuramos motivação nas fontes erradas:
- No reconhecimento humano – tem seu lugar, valor, mas não podemos depender do reconhecimento humano
- Na realização da nossa própria vontade e satisfação dos nossos desejos – nada há de errado nisso quando a vontade e o desejo estão em sintonia com Deus, mas vontade e desejo não devem ser a nossa fonte de motivação;
- No lucro que podemos ter – devemos ter a visão de ganho sob a perspectiva celestial, e não da filosofia de um mundo ganancioso, um mundo sem Deus, sem esperança eterna.
C. Consequências desastrosas…
E, em meio a tal contexto, há cristãos que vivem em:
- Declínio espiritual – até voltarem aos velhos hábitos, as atitudes da velha vida sem Cristo;
- Ciclos – altos e baixos, com arrependimentos contínuos, contínuas idas e voltas entre o agrada e o que não agrada a Deus;
- Hipocrisia – esforço deliberado para enganar outros; vivendo um cristianismo de aparência.
Deus não acomoda o seu padrão moral e o seu propósito eterno às nossas fraquezas, defeitos, desmotivações etc., mas nos desafia, encoraja e capacita ao viver e servir no Espírito Santo, segundo seu padrão moral e o seu propósito eterno.
Como está o teu amor por Jesus, o teu entusiasmo, ânimo no “andar por fé”?
3. Tudo provém de Deus …
5.18 Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação.
A salvação eterna em Cristo e toda sorte de benção espirituais advindas da salvação provém do Deus Criador, Infinito e Pessoal, Cf. Ef 1.3; Fp 2.12,13; Tg 1.17; Rm 11.36.
O conhecimento, a compreensão e a convicção de que as bençãos espirituais são provisões exclusivas do amor de Deus, impulsiona o cristão ao viver “em” e ao servir “a” Cristo, de modo fiel e agradável ao seu Nome.
Examinemos três (3) das bençãos espirituais que devem impulsionar o cristão ao viver “em” e ao servir “a” Cristo.
I. O temor de Deus, 5.11
A. Conhecendo o temor do Senhor, 2 Co 5.11; Pv 1.7; Ec 3:14-17; 12.13,14
5.11E assim, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir as pessoas, mas somos plenamente conhecidos por Deus. E espero que também sejamos reconhecidos na consciência de vocês.
“Temor”, não é o medo de Deus, o medo da condenação, é sim o respeito reverente que leva a sujeição, a obediência a Deus.
Temor que, entre outros, vem da consciência do ser “plenamente conhecidos por Deus”, e de que um dia se comparecerá perante o o tribunal de Cristo (como vimos na mensagem passada, este não é um tribunal para condenação, 1 Co 3.10-15), 2 Co 5.10.
Segundo A. W. Tozzer, “temer a Deus” envolve: conhecer, confiar, amar e obedecer a Deus”.
Paulo apela para a consciência deles (5.11); ou seja, para o reconhecimento da parte dos coríntios da sua sinceridade diante deles e de Deus.
B. O Senhor que não julga pela aparência – 2 Co 5.12; 11.18; 1 Sm 16.7
5.12 Não queremos novamente nos recomendar a vocês; pelo contrário, estamos dando uma oportunidade para vocês se orgulharem por nossa causa, para que tenham o que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração.
“Aparência” – rosto, aparência externa, recomendações com base no que se vê.
O Senhor conhece o coração, as motivações, as intenções…
Ele julga não somente com base no que vê, mas também com base nas intenções e motivações do coração, 1 Co 4.5
Haveremos de prestar contas a Deus, e somos plenamente conhecidos por Ele.
Deus conhece o que os olhos humanos vêem, e o que não vêem… Isto deve gerar temor!
C. O Senhor que estabelece o padrão moral, 2 Co 5.13.
55.11aE assim, conhecendo o temor do Senhor, procuramos persuadir as pessoas… […] 13 Porque, se enlouquecemos, é para Deus, e, se conservamos o juízo, é para vocês.
Paulo refere-se a um argumento lógico; convencer, apelar para, conquistar.
Paulo tem em mente o padrão pelo qual a vida tem seu valor calculado (lembre-se da #8 mensagem sobre “Contrates” – exemplo, devemos viver por fé, e não pelo que vemos).
Segundo o padrão divino devemos decidir sobre o que é certo e errado, bom e mau etc., e persuadir os homens:
- A viver sem desperdiçar a vida;
- A viver segundo os princípios bíblicos;
- De que um dia prestarão contas a Deus.
É melhor “enlouquecer” (v. 13) para Deus (assim por vezes são julgados os que levam Deus a sério), do que ter “perfeito juízo” aos olhos das pessoas.
II. O amor de Cristo, 5.14-19
5.14 Pois o amor de Cristo nos domina, porque reconhecemos isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.
A. A prova do amor de Deus.
5.16, Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo.
Conhecer a Cristo “segundo a carne” – é conhecimento segundo a revelação do que “quem diz o povo ser o Filho do Homem”, Mt 16,13,14.
Mas, conhecer a Cristo “não segundo a carne” – é conhecimento segundo a revelação que vem do “Pai, que está nos céus”, Mt 16.16,17.
O próprio Deus Pai que resplandece no coração humano “para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo”, 2 Co 4.6.
5.18 Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos seres humanos e nos confiando a palavra da reconciliação.
O ato de Deus, Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, nos reconciliando consigo por meio de Cristo, é um ato de amor – misericórdia – graça.
Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores, Rm 5.6-8; 1 Jo 4.10; Jo 3.16.
2 Co 5.18,19, … Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo …
A reconciliação indica que a morte de Cristo removeu a inimizade entre Deus e os seres humanos… Não imputando (não colocando na conta, sentido comercial…) aos seres humanos as suas transgressões – faltas, pecados, ofensas…
2 Co 5.21 Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
Deus Pai, fez Jesus Cristo – Deus Filho pecado por nós…
Jesus que “não conheceu pecado” (não tinha natureza pecaminosa, não pecou, Hb 4.15; 8.26,27), ele levou sobre si os nossos pecados, foi punido com morte, e morte de cruz, para que fossemos feitos “justiça de Deus” – a justiça está em Cristo e não em nós; estar em Cristo é a condição única para ser salvo da condenação do pecado…
E, assim em Cristo somos “nova criatura, nova criação”
5.17, E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
A cruz de Cristo, e a sua ressurreição dentre os mortos: pôs fim a “velha vida”, “velho homem” – condenado e servo do pecado; e, dá nova vida – filhos de Deus, servos da justiça, para que andemos em novidade de vida e em santidade, Rm. 6.4.
Ele fez tudo isso por amor…
B. Amor que constrange, 2 Co 5.14,15
5.14 Pois o amor de Cristo nos domina, porque reconhecemos isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
“… Ele morreu por todos …” – a morte de Jesus Cristo, pelos pecados, foi uma morte sacrificial, substitutiva e voluntária, 2 Co 5.14,15; Jo 10.17,18
“… Aquele que por eles morreu e ressuscitou …” – Sua ressurreição foi, entre outros, autenticadora da Sua divindade, 2 Co 5.15; Rm 1.4
“… o amor de Cristo nos domina …” – “domina”, “constrange”, pressão que confina e restringe, além de controlar. Nos leva a único objetivo – viver para Deus.
O amor de Deus deve nos impulsionar ao viver e ao servir Nele ..
Há um cântico, que uma parte da letra afirma: “O meu louvor é fruto do meu amor por ti Jesus, de lábios que confessam o teu nome, é fruto de tua graça, e da paz que sinto em ti…”.
Creio que deva ser compreendido, que “o nosso louvor, antes de ser fruto do nosso amor por Jesus, o louvor é fruto do amor de Jesus por nós”. Pois, nós o amamos porque Ele nos amou primeiro, 1 Jo 4.19
Tenhamos no amor de Cristo uma verdadeira e contínua fonte de entusiasmo, ânimo, para o viver e o servir Nele.
III. O serviço (ministério) delegado, 5.18-6.3
5.18b … nos deu o ministério da reconciliação, 19b … nos confiando a palavra da reconciliação. 20 Portanto, somos embaixadores em nome de Cristo …[…] 6.1 E nós, na qualidade de cooperadores com ele … […] 3 Não queremos dar nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.
A. Vivendo não mais para nós mesmos, sim para Cristo, 5.15
2 Co 5.15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
Cristo morreu pelos pecados e ressuscitou para ser Senhor, para ter domínio sobre a vida daqueles que n’Ele crêem – Rm 14.7-9.
Morreu pelos nossos pecados, para que os que vivem não vivam mais procurando o benefício próprio, e nem a vantagem pessoal. Mas, vivam para Ele …
Uma visão plena de Cristo – Senhor e Salvador, nos dá uma visão correta sobre nós mesmos – novas criaturas, embaixadores e cooperadores de Deus.
B. Embaixadores em nome de Cristo, 5.20
20 Portanto, somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por meio de nós. Em nome de Cristo, pois, pedimos que vocês se reconciliem com Deus.
“… embaixadores de …” – era a palavra grega para o legado do imperador…
Somos representantes de Cristo, para falar em Nome de Cristo, exortar para que as pessoas se reconciliem com Deus …
Ele nos “confiou a palavra da reconciliação”, v.19; como bons despenseiros, mordomos precisamos ser fiéis, zelosos, diligentes …
C. Cooperadores de Deus, 6.1
6.1 E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também exortamos a que vocês não recebam em vão a graça de Deus
“… cooperadores de Deus…”, trabalhamos com Ele…
Ele nos confiou o “ministério da reconciliação”, o ofício de anunciar a reconciliação efetuada por Cristo.
Este tremendo privilégio e tremenda responsabilidade foi delegada aos filhos de Deus, e não aos anjos celestiais …
“… Não recebam em vão a graça de Deus” – o não viver em santidade (sendo motivo de escândalo, 2 Co 6.3), não ser fiel no viver e no servir em Cristo anunciando a graça de Deus, o tempo da salvação (6.1,2), revela o ter “recebido a graça de Deus em vão”, assim como “o ter crido em vão”, 1 Co 15.1,2
Conclusão
O conhecimento, a compreensão e a convicção de que as bençãos espirituais são provisões exclusivas do amor de Deus, impulsiona o cristão ao viver “em” e ao servir “a” Cristo, de modo fiel e agradável ao seu Nome.
Se tu és cristão, discípulo de Cristo como está o teu amor por Jesus, o teu entusiasmo, ânimo no “andar por fé”?
Lembre-se: Três (3) das bençãos espirituais que devem impulsionar o cristão ao viver “em” e ao servir “a” Cristo :
I. O temor de Deus, 5.11.
II. O amor de Cristo, 5.14-19
III. O serviço (ministério) delegado, 5.18-6.3
Que o teu viver e servir em Cristo possa no Espírito Santo manifestar que não recebestes a graça de Deus em vão, e que não tenhas crido em vão.
Lembre-se:
A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de modo perseverante, e confiante aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp 2.12, 13; 1 Tm 4.7-9; Tg 1.22-27).
- Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
- Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?
Conheça… Creia. Aproprie-se… E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).
Bibliografia
- Almeida Revista e Atualizada© Copyright © 1993 Sociedade Bíblica do Brasil
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- (Nota: Esta Série está sendo desenvolvida a partir das mensagens pregadas em RAO, SP, Brasil, em 2006 / 2007 / 2021. E, há notas e referencias Bibliográficas que foram perdidas…)
Last modified: May 16, 2025