Aprovado e reprovado

Um propósito sadio e nobre, de quem é aprovado sob o “olhar da fé”, embora reprovado sob “olhar meramente humano”, é o de não dar motivo para que o evangelho seja envergonhado.

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Satisfação e vitória em Cristo – Série em 2 Coríntios
#10, MensagemAprovado e reprovado2 Corintios 6.3-10

Mensagem: Um propósito sadio e nobre, de quem é aprovado sob o “olhar da fé”, embora reprovado sob “olhar meramente humano”, é o de não dar motivo para que o evangelho seja envergonhado.

Esboço:

Introdução

1.  Recordando

#9, Tudo provém de Deus , 2 Corintios  5.1-6.3

Mensagem: O conhecimento, a compreensão e a convicção de que as bençãos espirituais são provisões exclusivas do amor de Deus, impulsiona o cristão ao viver  “em”  e ao servir “a”  Cristo, de modo fiel e agradável ao seu Nome.

2. Uma preocupação sadia e nobre, 2 Coríntios 6.3,4

2 Co 6.3 Não queremos dar nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.  4a Pelo contrário, em tudo nos recomendamos a nós mesmos como ministros de Deus …

Como tu te recomendas?

Como os outros de recomendam?

Havia na mente de Paulo a preocupação sadia, nobre, de não dar nenhum motivo de escândalo para outros cristãos, e nem que o ministério (serviço) cristão fosse envergonhar …

Escândalo, ‘proskope’ – ocasião para ofender, de tropeço; fazer algo que faz outros tropeçarem, i.e., conduzir ao erro ou pecado … 

A preocupação sadia de não dar motivo de escândalo, com o propósito do ministério não fosse censurado, reprovado …

Censurado, ‘momaomai’ – envergonhado, ser achado em falta em, escarnecido, criticado… 

Como podemos constatar em 1 Co 3, o “ministério” a que Paulo se refere é o ministério da nova aliança – v.6, o ministério do Espírito – v.6 , o ministério, o glorioso ministério da justiça v.9.  Não é outro, senão o ministério do evangelho  Jesus Cristo, o ministério “da glória do Deus bendito”…

1 Timóteo 1.11 segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado. 12 Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me fortaleceu e me considerou fiel, designando-me para o ministério.

Todo verdadeiro cristão, discípulo de Jesus Cristo é  chamado para viver e servir em prol do “evangelho da glória do Deus bendito”. E, assim como Paulo, todo cristão deve zelar para que o evangelho de Cristo não a ser envergonhado por causa do seu mau testemunho.

Um propósito sadio e nobre, de quem é aprovado sob o “olhar da fé”, embora reprovado sob “olhar meramente humano”, é o de não dar motivo para que  o evangelho seja envergonhado.

6.4b … nos recomendamos a nós mesmos como ministros de Deus na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, 5 nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, 6 na pureza, no saber, na paciência, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, 7 na palavra da verdade, no poder de Deus; pelas armas da justiça, tanto para atacar como para defender .

O apóstolo Paulo apresenta algumas das credenciais, das marcas de um serviço (ministério) aprovado por e diante de Deus, mas sujeito a reprovação do “olhar meramente humano” (do olhar carnal, sem a ótica do Espírito Santo).

I.  Suportar o sofrimento por amor a Cristo, 6.4b,5

6.4b … na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, 5 nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns

Paciência, ‘hupomone’   – perseverança, firmeza, fortaleza, estabilidade, constância…

No  “NT, a característica da pessoa que não se desvia de seu propósito e de sua lealdade a fé e piedade mesmo diante das maiores provações e sofrimentos” (BAS, Olive Tree)

  • nas aflições, nas privações, nas angústias;
  • nos açoites, nas prisões, nos tumultos (nas desordens civis, ao ser perseguido por causa do evangelho de Cristo);
  • nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns …

No capítulo 11, de 2 Co, o apóstolo continua descrevendo o sofrimento, as lutas, as privações pelas quais ele passou por amor de Cristo, por amor do evangelho.

Nas lutas e aflições descritas pelo apóstolo Paulo, em 2Co 6, e 11, há “o reconhecimento de que o verdadeiro servo de Deus é o Servo Sofredor, e que aquele que é o seguidor leal de Cristo compartilhará seu destino: “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor” (Mt 10.24; cf. At 20.19) (Kruse)

II. Caráter e comportamento no Espírito, 6.6,7

6.6 na pureza, no saber, na paciência, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, 7 na palavra da verdade, no poder de Deus; pelas armas da justiça, tanto para atacar como para defender;

– Por meio de pureza de vida e dos motivos no Espírito Santo (que capacita, conduz), 6.6

… na pureza, no saber (ciência, conhecimento), na paciência (longanimidade, firmeza), na bondade,  no amor não fingido (sem hipocrisia, sem sentimentos egoístas),

– Pelos recursos divinos usados na batalha pela fé, 6.7; Cf. Ef 6.10-20

..na palavra da verdade, no poder de Deus; pelas armas da justiça, tanto para atacar como para defender;

Armas da justiça – ofensivas e defensivas (Ef 6.10-20, confira as “peças da armadura” com a qual o cristão deve se revestir).

 Em  2 Co 10.3-5, “Paulo fala das “armas (hopla) da nossa milícia”, que não são mundanas, mas “têm poder divino para destruir fortalezas”. Essas fortalezas são “argumentos e todo obstáculo orgulhoso ao conhecimento de Deus”, e o propósito de sua destruição é “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. O que vemos aqui é a arma ofensiva da apresentação e argumentação do evangelho (cf., por exemplo, Atos 19:8-10), por meio da qual o poder de Deus é liberado para derrubar falsos argumentos e tolices, e levar as pessoas à obediência da fé”. (Kruse) 

Em Romanos 13:12, Paulo escreve: “A noite está quase acabando, e o dia está próximo. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos das armas [hopla, lit. ‘armas’] da luz”. A exortação faz parte de um chamado para uma vida piedosa, em contraste com orgias, embriaguez, etc.; portanto, a expressão “armadura da luz” aqui representa o caráter e o comportamento cristãos. (Kruse)

Conclusão:

Um propósito sadio e nobre, de quem é aprovado sob o “olhar da fé”, embora reprovado sob “olhar meramente humano”, é o de não dar motivo para que  o evangelho seja envergonhado.

2 Co 6.8 por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores e sendo verdadeiros; 9 como desconhecidos, mas sendo bem-conhecidos; como se estivéssemos morrendo, mas eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; 10 como entristecidos, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo 

“Uma série de paradoxos ressaltando o contraste entre o ponto de vista deste mundo e o ponto de vista do mundo vindouro, invisível ao olho natural, mas visto pelo olho da fé” (BEFR)

““… Nove antíteses. […] Em cada caso, uma parte da antítese representa uma avaliação de seu ministério “de um ponto de vista humano”, e a outra parte, a verdadeira visão de alguém “em Cristo”” (Kruse)

Exemplo, de Jesus Cristo:

Na ótica da fé, do ponto de vista de Deus, Jesus Cristo foi aprovado: “Este é o meu Filho amado” – testemunho do Pai; “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, “Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” – testemunho do apóstolo Pedro movido pela revelação do “Pai, que está nos céus”.

Mas, na ótica do mundo sem Deus, e da mera religiosidade, Jesus Cristo foi reprovado: foi acusado de blasfêmia; de ser amigo de pecadores – comilões e beberrões; de agir no poder de Belzebu, o maioral dos demônios… 

E, se isto aconteceu (acontece com o Senhor Jesus Cristo), como o apóstolo Paulo etc., também ocorre com os que verdadeiramente creem Nele como único e suficiente Senhor e Salvador.

Com respeito ao viver e servir aprovado em Cristo:

– o que ponto de vista deste mundo, o olhar humano é avaliado :

6.8 por desonra, … por infâmia ; como enganadores …;  9 como desconhecidos, …; como se estivéssemos morrendo … ; como castigados, …; 10 como entristecidos, …; como pobres, …; como nada tendo, …

– do ponto de vista da fé, daquele que verdadeiramente está “em Cristo” é avaliado:

6.8 por honra …, … por boa fama; … sendo verdadeiros; 9 … sendo bem-conhecidos; … eis que vivemos; … não mortos; 10 … sempre alegres; … enriquecendo a muitos; …  possuindo tudo.

Reflita nesta mensagem, e além das duas perguntas feitas abaixo (Lembre-se), pergunte-se:

  1. Em plena consciência, com humildade e sinceridade, no Espírito Santo eu persigo o viver e servir sem ser motivo de tropeço para outros cristãos, e nem envergonhar o evangelho de Cristo?
  2. Ao considerar outros cristãos eu aprovo sob a “ótica do Espírito” ou de uma “mentalidade carnal” ?

Por mais seriedade que tu devas dar ao teu testemunho aos “olhos humanos”: seja de alguns membros, imaturos, da igreja cristã (1 Co 4.3 “por vocês, vós” ); seja da comunidade não cristã (1 Co 4.3 “tribunal humano”);  seja de ti próprio (1 Co 4.3b,4a tua “consciência” ) – lembre-se, de que  todos estes “tribunais” podem ser falhos e enganosos…

Há glória em Cristo ao ser “aprovado” sob a ótica de Deus, embora “reprovado”  sob a ótica humana, religiosa… Mas, que tragédia ser “aprovado” sob a ótica humana, religiosa, contudo ser “reprovado” sob a ótica de Deus!

Então, a grande e eterna questão que o verdadeiro cristão deve considerar , com temor e tremor, é qual o veredito do Senhor Jesus Cristo?

1 Co 4.3 Mas a mim pouco importa ser julgado por vocês ou por um tribunal humano; nem eu julgo a mim mesmo. 4 Porque a consciência não me acusa de nada. Mas nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor. 5 Portanto, não julguem nada antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações. E então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus. 

Todo verdadeiro cristão, discípulo de Jesus Cristo é  chamado para viver e servir em prol do “evangelho da glória do Deus bendito”. E, assim como Paulo, todo cristão deve zelar para que o evangelho de Cristo não a ser envergonhado por causa do seu mau testemunho.

Um propósito sadio e nobre, de quem é aprovado sob o “olhar da fé”, embora reprovado sob “olhar meramente humano”, é o de não dar motivo para que  o evangelho seja envergonhado.

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de modo  perseverante, e confiante aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp 2.12, 13; 1 Tm 4.7-9; Tg 1.22-27). 

  • Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
  • Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

Conheça… Creia. Aproprie-se… E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

Bibliografia

  • Almeida Revista e Atualizada© Copyright © 1993 Sociedade Bíblica do Brasil
  • Biblia de Estudo da Fé Reformada, ARA, R.C.Sproul, Editor-Geral, Editora Fiel e Ligonier Ministries, 2a. Ed.:2022, SP, Brasil
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  • The Treasury of Scripture Knowledge Bagster, 1974.
  • The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 2, p. 566–569). Wheaton, IL: Victor Books.
  • Swindoll, Charles R. A Ministry Anyone Could – TRSUT. A Study of 2 Corinthians 1-7. From the Bible-Teaching Ministry of Charles R. Swindoll. Insight for Living Bible Study Guide, 1987.
  • (Nota: Esta Série está sendo desenvolvida a partir das mensagens pregadas em RAO, SP, Brasil, em 2006 / 2007 / 2021. E, há notas e referencias Bibliográficas que foram perdidas…)

Last modified: May 16, 2025